domingo, 27 de março de 2016

O Destino dos Mortos.

                 Já é de praxe, não podemos começar a estudar escatologia bíblica sem que primeiro se estude a situação daqueles que já morreram, é claro que a doutrina escatológica abrange também as pessoas vivas, lhes dando esperança. É essa esperança que faz o crente viver em constante atividade na obra do Senhor: a certeza da sua vinda (1 Co 15. 58; Jo 14. 1.2; At 1. 11).
  Entender a situação daqueles que morrem não é apenas uma especulação religiosa, na verdade, todas as religiões do mundo, como também pessoas de todos os níveis e camadas sociais têm procurando saber o destino final do homem. Muitos filósofos se debateram para dar uma resposta convincente para tal questão, o que na verdade ainda não se obteve. Vamos agora analisar os vários posicionamentos de alguns povos quanto à questão da vida após a morte. 
1-1 Os gregos. Eles afirmavam que quando uma pessoa morria ia diretamente para um lugar denominado de “Ilhas dos Bem-Aventurados”, as pessoas só poderiam entrar no Campo de Elíseos se fossem boas e se os juízes declarassem sua justiça. 
1-2 Os romanos. Diziam que a eternidade era como um espelho desta vida. 
1-3 Os budistas e hindus. A vida é uma longa viagem, ou seja, as pessoas vão e voltam, é o que eles chamam de “transmigração”, só depois disso é que a alma está preparada para entrar na morada dos deuses até encontrar seu grau de perfeição. 
1-4 Os mulçumanos. Diziam que a morte seria um tipo de punição, mas também de recompensa. 
Para alguns filósofos, a morte seria a liberdade da alma da prisão, assim como entendia Platão, ou como dizem os pensadores modernos: é uma viagem infinita. Falar sobre a imortalidade da alma sempre foi uma questão que intrigou e intriga a mente humana, mas sabemos que a vida após a morte é uma realidade bíblica (Dn 12.4; Jo 5.27; 2 Tm 1. 9.10).
O local da habitação dos mortos.
 Como são diversas as opiniões acerca da vida do homem após a morte, cada religião tem apresentado seu parecer a esse respeito, para nós cristãos a Bíblia continua sendo a bússola, o mapa que nos dirige ao ponto certo e sem rodeio, podemos tomar como fundamento as palavras de Paulo, quando diz que as Escrituras é útil para tudo (2 Tm 3.16), é Nela que o cristão encontra a verdade. 
A Bíblia fala do lugar onde estão os mortos, nas línguas originais aparecem duas palavras que descrevem esses lugares, uma está escrita na língua hebraica, que é chamada de
Sheol. A outra palavra está escrita no grego, que é chamada de Hades, ambas são correlatas. Todas as pessoas que morriam, segundo a Bíblia, desciam para esse lugar, lá eles permaneciam conscientes, os que fossem pecadores desciam para o Hades ou Sheol, já o servo de Deus descia para o paraíso, a única diferença é que era separado por um abismo, esse lugar era também denominado de “Seio de Abraão” (Lc 16.22-23).
 Todo estudante das línguas originais da Bíblia sabem que o grego é uma língua riquíssima, foi nesse idioma, o grego koinê, que o Novo Testamento foi escrito, nesse idioma temos três palavras que descrevem o inferno:
1-1 Hades. Lc 16.22-23.
1-2 Geena. Mt 23.33.
1-3 Tártaro. 2 Pe 2.4.
Como dizem os teólogos que estudam sobre a escatologia, após a morte de Cristo tudo foi mudado; com a morte de Cristo tudo foi recolocado em seu devido lugar, pois o pecado, conforme encontramos em Gênesis, estragou tudo. Depois da morte de Cristo o paraíso foi levado para cima, isso pode ser comprovado por meio da afirmação de Cristo. (Lc 22. 43; Ef 4. 8-9 2 Co.12.1-4; Ap 6. 9-10). A morte de Cristo também atingiu todos os santos do Antigo Testamento, pois como visto, a Bíblia diz que sem derramamento de Sangue não há remissão de pecado (Hb 9. 27). 
Para onde vai o crente quando morre?
 A Bíblia fala que Jesus transferiu o paraíso para cima, depreende-se por meio dessas afirmações bíblicas que o crente salvo, quando morre, vai direto para o Paraíso. Percebe-se, segundo a própria colocação de Paulo, que quando o crente morre passa a estar com o Senhor (2 Co 5. 6-8). Sem duvida alguma, e segundo a própria Palavra de Deus, pode-se afirmar categoricamente que todos quantos morreram em Cristo estão com Ele no paraíso. Quando o cristão morre seu corpo desce para sepultura, mas seu espírito e alma conscientemente permanecem existindo. Em relação à situação do crente e a sua vida depois que morre, veja o que a Palavra de Deus esclarece:

a- Tinham consciência de que depois da morte estariam com o Senhor (Fp 1. 23; Ec 12.7).
b- Tem a esperança de um paraíso futuro. Se eles acreditassem que o Céu ou o inferno fossem aqui na terra não manifestariam tal sentimento (Ap 2. 7; 22.12-1).
c- Segundo as Escrituras todos quantos morrem em Cristo estão em estado de consciência. Foi isso que o próprio Senhor Jesus disse em relação a Abraão, Isaque e Jacó, ao Jesus mencionar essas pessoas Ele falou delas como estando vivas (Mt 22. 32).
d- A morte para o crente é uma benção (Sl 116.15; Ap14.13). Não se deve entender esse assunto, ou seja, a morte, como sendo um tipo de sono. Esse era o pensamento de alguns filósofos, esse pensamento se infiltrou em outros seguimentos religiosos, por exemplo: Sócrates entendia a morte como sendo
um sono. Nas obras de Homero, a bem reconhecida “Ilíada”, ele chamava a morte de irmão gêmeo do sono. 

A Bíblia não fala da morte como sendo um sono, quando o faz é num sentido figurado, pois é uma referência a descanso, refrigério. A Palavra do Senhor descreve a vida daqueles que viveram em Cristo aqui nesse mundo, e que partiram para viver com Deus no Paraíso em total estado de alegria e gozo (Ap 20.12). A esperança do crente em se encontrar com Deus, mesmo diante da morte, é aguardada com muita satisfação, foi assim que Davi manifestou esse tipo de sentimento, (Sl 17. 15).