O que se pode entender pela expressão grande tribulação? A palavra do Senhor registra a razão de todo o sofrimento do homem: o pecado. Ele é a causa, o pivô de toda a miséria humana ( Gn 3.14-17; Rm 5.12; 6. 23). Deus enviou seu Filho para libertar o mundo do pecado (Jo 3.16-17). Quando o homem reconhece o poder de Deus e se submete ao seu senhorio, o mesmo pode desfrutar das suas bênçãos através de Cristo Jesus (Ef 1. 3).
A Bíblia
mostra que todas as tribulações que vieram a Faraó e aos egípcios foram
resultados de suas próprias escolhas, sua rebeldia, seu pecado. A grande
tribulação é o resultado da rebeldia do homem, de sua teimosia em continuar na
prática do pecado. No aspecto escatológico e Bíblico a grande tribulação é
descrita de modo estarrecedor, pesaroso, alguns termos severos descrevem esse
momento aterrador:
·
Dia do Senhor. Em Todo o Velho Testamento esse
momento era descrito como acerto de contas com o Homem (Is 13.6).
·
Dia da Ira do Todo-poderoso (1 Ts 5.9).
·
Ira Futura (Lc 3. 7; 1 Ts 1. 10).
·
Tempo da Angústia (Jr 30.7).
·
Dia de Trevas (Jl 2.2).
Nos
estudos escatológicos a tribulação é dividida em duas etapas: na primeira fase
ela é denominada de “Tribulação”, na
segunda fase é chamada de “A grande
Tribulação”. Dentro da própria Bíblia podemos perceber o quanto esse dia
será pesado (Mt 24.21;Mc13.19).
Os
profetas do Velho Testamento falavam desse grande dia, alguns profetizavam em
dois sentidos: o próximo e o remoto. O próximo dizia respeito àquele momento
que envolveria a ira de Deus para castigar o seu povo, foi o que aconteceu com
Israel (Jl 2.2).
O
remoto, falava de uma grande tribulação que iria acontecer em tempos futuros
(Dn 12.1). Qualquer estudante do assunto pode facilmente perceber que essas
profecias envolviam esses dois momentos: o sofrimento e a glória como acontecimentos
para aqueles tempos, como também de um sofrimento e uma maior glória para os
tempos futuros.
Os propósitos da Grande Tribulação.
Deparando-nos com os textos proféticos e
apocalípticos, ficamos estarrecidos diante do tamanho mal que o Senhor enviará
sobre a terra, e interpelamos: isso será realmente literal? qual o propósito de
Deus para tamanha ira? Lendo Gl 6.7 Paulo deixa bem claro que o homem colherá
aquilo que ele plantou.
Sabemos
que o homem foi feito para viver em obediência para com Deus, mas o pecado o
desvirtuou do seu caminho certo, assim, desde Adão toda a humanidade tem se
tornado pecadora, vivendo em desobediência para com Deus, praticando todo tipo
de males, pecados, então, o primeiro propósito da grande tribulação é retribuir
o homem por causa dos seus pecados.
O
segundo propósito pelo qual virá a grande tribulação tem ligação direta com
Israel, Deus tem um acerto de contas com esse povo, pois quando Jesus veio como
Messias eles o rejeitaram (Jo 1.11), a grande tribulação preparará esse povo
para reconhecer Jesus como o verdadeiro Messias. O profeta Jeremias descreve
esse tempo para Israel como “o tempo de
angústia de Jacó” (Jr 30.7).
Precisamos
estudar Êxodo 23.10-11 e Levítico 25, esses capítulos nos darão uma visão sobre
os propósitos de Deus para com Israel, envolvendo o tempo da grande tribulação,
que foi estipulado pelos propósitos divinos na busca da purificação de Israel.
Sabemos que o Cativeiro Babilônico veio por causa da desobediência desse povo,
isso envolvendo o pecado de idolatria, envolvimento com outras nações, mas
também Israel pecou desobedecendo a Deus, não seguindo a recomendação de dar
descanso à terra, então, os setenta anos de cativeiro foram para esse
propósito.
Deus
revelou o tempo da tribulação ao profeta Daniel, nessa visão que Daniel recebe
estão as respostas de Deus para o mesmo, e que também envolvia o povo judeu,
tratando sobre o futuro desse povo. O capítulo 9.20-27 trata das “Setenta Semanas”, elas não apenas querem
dizer semanas de dias, mas de anos, para entendermos melhor precisamos seguir a
divisão que o próprio anjo faz dessas semanas:
1- Um grupo
de sete semanas.
2- Um grupo
de sessenta e duas semanas.
Esses
dois grupos de semanas estavam ligados diretamente com Israel, envolvendo
assuntos ainda dos tempos bíblicos. Essas semanas de anos, no seu todo, ficaria
em 490 anos; no segundo grupo de sessenta e duas semanas aconteceriam duas
coisas: a eliminação de Jesus, o Messias de Deus, e posteriormente a destruição
do templo, isso aconteceu no ano 70, d. C., aproximadamente quarenta anos,
depois de sua crucificação.
Mas vemos que ainda falta uma
semana, que é descrita no livro de Daniel pelo anjo como sendo a terceira
semana, conhecida como “Septuagésima
Semana”, é nessa que se desenrolará a grande tribulação. Ela é descrita
como um período de sete anos, que será dividida em metades iguais (Dn. 9.27),
primeiramente, os três anos e meio serão de alegria e paz para Israel, mas no
segundo momento será um tempo de sofrimento, angústia.
Que
fique bem claro uma coisa: a igreja de Jesus Cristo jamais passará pela grande
tribulação, posto que seu alvo é para com os rebeldes pecadores e judeus. Pelo
aspecto histórico, a igreja, ao longo de sua existência, tem passado por
inúmeras tribulações, como ainda hoje acontece, mas asseveramos que tais
tribulações estão apenas no nível disciplinatório e corretivo (2 Co 4.17; Hb
12.6).
Pr. Osiel Gomes.
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