Um sinal
pode ser descrito como um elemento que serve de advertência, possibilitando um
reconhecimento prévio de alguma coisa. Nesse particular, entendemos que Jesus
falou de sinais comuns, que fazem parte dos acontecimentos triviais da vida,
levando os homens a fazerem suas previsões, como é o caso da meteorologia (Mt
16.2,3), e os sinais de categoria espiritual, esses alertam para o aspecto
escatológico da vinda de Cristo e implantação do seu reino.
Os
sinais, na categoria escatológica, não devem ser temidos pelos crentes, seu
objetivo não é criar confusões, temor, especulações, antes, Jesus quer que os
observemos para entendermos que seu grande reino se aproxima (Mc 13.28,29).
Muitas
confusões estão surgindo na observação desses sinais pelo fato daqueles que o
analisam não atentarem para o que Jesus falou: a importância do discernimento
deles. É óbvio que os sinais naturais servem para nossa época ou tempo (Lc
12.54,56), mas existem os sinais que apontam para a vinda de Cristo, tanto para
sua primeira vinda como o Messias, como também para a segunda vinda, na qual
Ele se revelará ao mundo como o grande rei.
Os
milagres operados por Jesus e seus discípulos não tinham um fim em si mesmo,
antes declaravam que o reino havia chegado (Mt 12.28; Jo 20.30.31; At 5.12; Rm
15.19). Precisamos entender que duas coisas caracterizam os sinais: os milagres
divinos e os acontecimentos comuns, isso porque nos acontecimentos comuns desta
vida podem estar presentes os sinais do reino, daí a necessidade de se analisar
os sinais conforme Jesus falou.
Há um
propósito divino em conceder os sinais para o seu povo: a certeza da vinda do
seu reino, isso gera conforto, alegria no coração do crente transformado, pois
sua mente passa a compreender de fato que Deus está trabalhando para implantar
sua nova ordem, seu governo divino na terra. Jesus falou, quando deu explicação
de alguns sinais aos seus discípulos, que eles deveriam alegrar-se, pois a redenção
estava próxima (Lc 21.25-28).
Os
sinais, quando bem analisados, deixam claro que o reino de Cristo já está entre
nós, especialmente na vida daqueles que se renderam a Cristo como Senhor e
salvador (Lc 17.21). Mas os sinais também têm seus aspectos escatológicos,
apontando para a vinda do reino futuro Cristo.
A prova
de que os sinais são tão evidentes nos nossos dias é que existe uma luta constante
entre a luz e as trevas. Dessa batalha Paulo falou com muita precisão, deixando
claro que sua natureza é puramente espiritual (Ef 6.12). Estamos vivendo em um
mundo onde as pessoas estão fazendo de tudo para tirar Deus do centro, para que
a Bíblia seja descartada, disso Paulo já falava também.
A
expressão “sinais dos tempos” refere-se
à época atual, nesse intervalo entre a primeira e a segunda vinda de Jesus
Cristo. Essa nossa época, até a vinda e manifestação de Cristo, será marcada
por essa grande batalha espiritual, da qual Paulo falou, e podemos asseverar
com base bíblica que nada vai melhorar, e sim piorar, por isso estamos
presenciando uma geração que se afasta de Deus (2 Tm 3.1-5).
Acima
mencionamos que os propósitos dos sinais não são para ficarmos criando
especulações sobre o Dia da volta de Cristo, pois ao longo da história da
igreja muitos aventureiros procuraram datar o seu retorno através de cálculos,
dentre esses citamos as testemunhas de Jeová, que afirmaram que os últimos dias
iniciaram-se em 1914.
Os
sinais realizados por Jesus e os acontecimentos habituais, buliçosos, declaram
que a vinda de Cristo se aproxima, esses sinais começaram a acontecer desde a
primeira vinda de Jesus, deles os discípulos foram alertados (Mt 24.6), assim,
entendemos que naquela época esses sinais já estavam presentes, de modo que o
elemento tempo, ou o quando eles aconteceriam é entre a primeira e a segunda
vinda de Jesus Cristo.
Uma
prova clara de que os sinais já estavam presentes nos dias dos discípulos é bem
reforçado por João (1 Jo 2.18), tais sinais vão prosseguir até a segunda
manifestação de Cristo. Lendo Mateus 12.28 entendemos que, por causa de sua
primeira vinda, Jesus já está reinando, desse modo os sinais passaram a fazer
parte de todos os acontecimentos que se desenrolam no cenário humano, de modo
que eles perdurarão até a sua segunda vinda.
Em uma
análise bem precisa de alguns textos do Evangelho, podemos entender claramente
que Jesus falou de acontecimentos que serviriam como sinais para o tempo do fim
(Mt 24; Mc 13; Lc 21), mas Ele vaticinou sinais que teriam ligações direto com
seu ministério, que envolveria lutas, perseguições e traições (Mt 26.27; Lc
22.23).
Os sinais
estão acontecendo constantemente, porém, é de grande relevância que o cristão
não se torne um neurótico em suas análises, nem fique dando crédito a todo tipo
de acontecimento como se fossem realmente sinais da volta de Jesus. Paulo falou
que não é qualquer sinal que de fato está relacionado com a vinda de Jesus (2
Ts 2.9), tal posicionamento é reforçado pelo apóstolo João (1 Jo 4.1).
Portanto,
como cristãos aguardemos a volta de Jesus com alegria, sabendo que nossa
redenção se aproxima, e que logo, logo, Ele trará justiça e juízo contra todos
os males presentes no mundo (Rm 1.18-32). Meu querido irmão, se você tem a
certeza de que recebeu a vida eterna por meio de Cristo Jesus, que é o conhecimento
do Deus vivo (Jo 15.3), então pode glorificar e adorar a Deus, pois você já é
integrante do seu reino (1 Jo 5.11-13).