quarta-feira, 13 de maio de 2020

Rachaduras na casa



            O homem, apesar de seu grandioso avanço, ainda orbita em torno das mesmas implicações e questões que são incógnitas para suas potencialidades mentais, intelectuais e espirituais. Para um ser tão engenhoso e cheio de ideias, invenções, pensamentos, criatividades, queima no seu interior a busca incessante para uma conscientização subjetiva de sua gênese seu itinerário final, o que lhe deixa em angústia.
            A busca por saber da fixação de sua casa, isto é, a sua essência e existência neste universo imenso se dá através da linha do tempo, que traça o surgimento do homem até o presente momento, desde os períodos históricos entendidos como Pré-história, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna até a Idade Contemporânea.
            Nessa tessitura se engendrará um anelo para se compreender a existência do homem ao longo do tempo, a começar pela Pré-história (3.500 a.C), diz-se que o homem surgiu na terra há 3 milhões de anos, e que vai até ao tempo da escrita (3.500. a. C).
            O primeiro grande problema na Pré-história, é que por meio dos conteúdos pedagógicos e científicos que se propagam  nos ensinos médios e centros universitários, a ideia ou conotação de explicações não cientificas, não comprovadas, mas apenas teorizadas, firmadas em meras e funestas suposições, as quais são deletérias para o aspecto de humanização, isso porque esse será o primeiro caminho a ser percorrido para que a base racista tenha sua estrutura e comece assim a dar rachaduras na casa, posto que o alicerce no qual tudo será construído é mal estruturado.
            Segundo teorias, o primeiro homem se assemelha a um símio, por meio de processos naturais vai se desenvolvendo, primeiramente ele deixa de ser um Australopithecus, que era igual a um macaco (3 milhões de anos). Em seguida vem o Homo Habilis (2 Milhões de Anos), esse com um certo avanço já tem a capacidade para ir um pouco mais adiante, pois inventa as primeiras ferramentas e as usa. Homo Erectus viveu de pé, viveu há um milhão de anos, avançando um pouco mais, soube fazer bom uso do corpo, por fim vem o homo sapiens, esse já sabia lidar melhor com sua capacidade física e mental, é dele que vem o homem moderno, o qual surgiu entre 37 mil e 10 mil anos atrás, segundo alguns arqueólogos ele é denominado também de Homem de Cró-Magonon.
            Ainda nas fragmentárias explicações sobre a origem do homem, as teses vão se avolumando para simplesmente dizer que tudo começou assim, expondo o surgimento do homem em um cenário de estupidez plena, por isso que se fala de uma Pré-história em dois momentos, Idade da Pedra e Idade dos Metais. Na primeira o homem é apresentado como fazendo uso de materiais feitos de pedras, caso ele fizesse uso das pedras em seu aspecto natural, sem nelas operar qualquer efeito. Nessa fase o homem não sabia nem sequer lidar com um animal, não sabia trabalhar a terra na qual pisava, será somente no segundo momento dessa primeira fase, chamada de Neolítico (Idade da Pedra Polida), que o mesmo saberá lidar com a natureza, fazendo uso de seus elementos, fazendo modificações, alterações, tudo voltado para o seu próprio uso, benefício. Ele sairá da posição de nômade, pois doravante sabe fazer uso da terra para fazer plantações e lidar com a cria de animais, de modo que não será mais um andarilho que andava em busca de comida para si mesmo, pois agora sabe transformar seu modo de vida.
            Mas na Pré-História o homem caminha da Idade da Pedra para a Idade dos Metais, é lá pelo inicio do quarto milênio antes de Cristo que essa grande conquista acontecerá, pois agora o homem deixará de usar a pedra para lidar com cobre, bronze, assim a partir desse átimo ele fabrica suas peças com tais coisas, abandonado a pedra, e daí acontece o fim da pré-história e o surgimento da escrita.
            Dessa forma os livros a narram a história do homem na terra, e podemos asseverar que tais explicações além de não serem cientificas são opacas à luz do que relata a Bíblia, que dá um surgimento lindo e maravilhoso do homem, não o colocando em uma posição de inferioridade, vendo-o como um animal irracional até sair de sua barbárie.
            Primeiramente a Bíblia fala do homem como uma criação inteligente, visto que o mesmo foi feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27), do hebraico a palavra imagem é tselem, fala de figura, já a palavra semelhança é demuth, similaridade, à semelhança de, como... Há no ser humano traços da divindade absoluta Deus. O salmista Davi diz que o homem é um ser menor que os anjos, mas no campo terreno o mesmo é a coroa da criação. Falando dessa imagem de Deus no homem o comentário Beacon (2005, p.33) diz:

Esta criatura tinha de ser diferente. Deus disse que o homem tinha de ser feito à nossa imagem, tendo certa semelhança com a realidade, mas carecendo de plenitude. O homem devia ser conforme a nossa semelhança, tendo similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos animais. Em 1.26-30, encontramos “O Homem Feito á Imagem de Deus”. 1) Um ser espiritual apto para a imortalidade 2) Um ser moral que tem a semelhança de Deus 3) Um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo. Uma das marcas da imagem de Deus foi Ele ter dado ao homem o status e o poder de governar. O direito de o homem dominar, ressalta o fato de que Deus o equipou para agir como governante.

Os capítulos 1-2 de Genesis não apresentam um homem nômade, um símio, e que também sabia lidar com a terra e os animais, pois eram funções exercidas pelos dois filhos de Adão e Eva (Gn 4.2), ainda está claro em Gênesis 4.22 que já sabiam fazer uso do bronze.
O alicerce correto para falar do surgimento do homem em escolares seculares e em centros universitários seria o texto de Genesis, o qual dignifica o homem e o coloca como um ser sublime, superior ao seu meio, mas tais conotações não cabem em mentes que desprezam o sobrenatural divino, isso porque não veem nada de científico na exposição mosaica, se esquecendo de que isso transcende a ciência, mas que coloca o homem em um platô mais digno que qualquer outro relato ou explicação de seu surgimento.
Se o criacionismo fosse difundido no seio da humanidade não haveria espaço para preconceito e racismo, pois de um homem só fez toda raça humana (At 17.26). Como todos vieram da mesma fonte, Deus, todos são capazes e possuem direitos iguais, mas devido aos péssimos alicerces que foram construídos ao longo da linha do tempo, se percebe o descaso com a vida humana, o que impulsiona conflitos e interesses marcados pele sede do poder.


Pr. Osiel Gomes

Um comentário:

  1. Parabéns pr osiel, muito preciso nas colocações ir. Júlio. Santana do Seridó RN

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