domingo, 21 de fevereiro de 2016

A grande tribulação


O que se pode entender pela expressão grande tribulação? A palavra do Senhor registra a razão de todo o sofrimento do homem: o pecado. Ele é a causa, o pivô de toda a miséria humana ( Gn 3.14-17; Rm 5.12; 6. 23). Deus enviou seu Filho para libertar o mundo do pecado (Jo 3.16-17). Quando o homem reconhece o poder de Deus e se submete ao seu senhorio, o mesmo pode desfrutar das suas bênçãos através de Cristo Jesus (Ef 1. 3).

A Bíblia mostra que todas as tribulações que vieram a Faraó e aos egípcios foram resultados de suas próprias escolhas, sua rebeldia, seu pecado. A grande tribulação é o resultado da rebeldia do homem, de sua teimosia em continuar na prática do pecado. No aspecto escatológico e Bíblico a grande tribulação é descrita de modo estarrecedor, pesaroso, alguns termos severos descrevem esse momento aterrador:

·         Dia do Senhor. Em Todo o Velho Testamento esse momento era descrito como acerto de contas com o Homem (Is 13.6).

·         Dia da Ira do Todo-poderoso (1 Ts 5.9).

·         Ira Futura (Lc 3. 7; 1 Ts 1. 10).

·         Tempo da Angústia (Jr 30.7).

·         Dia de Trevas (Jl 2.2).

 

Nos estudos escatológicos a tribulação é dividida em duas etapas: na primeira fase ela é denominada de “Tribulação”, na segunda fase é chamada de “A grande Tribulação”. Dentro da própria Bíblia podemos perceber o quanto esse dia será pesado (Mt 24.21;Mc13.19).

Os profetas do Velho Testamento falavam desse grande dia, alguns profetizavam em dois sentidos: o próximo e o remoto. O próximo dizia respeito àquele momento que envolveria a ira de Deus para castigar o seu povo, foi o que aconteceu com Israel (Jl 2.2).

O remoto, falava de uma grande tribulação que iria acontecer em tempos futuros (Dn 12.1). Qualquer estudante do assunto pode facilmente perceber que essas profecias envolviam esses dois momentos: o sofrimento e a glória como acontecimentos para aqueles tempos, como também de um sofrimento e uma maior glória para os tempos futuros.

Os propósitos da Grande Tribulação.

 Deparando-nos com os textos proféticos e apocalípticos, ficamos estarrecidos diante do tamanho mal que o Senhor enviará sobre a terra, e interpelamos: isso será realmente literal? qual o propósito de Deus para tamanha ira? Lendo Gl 6.7 Paulo deixa bem claro que o homem colherá aquilo que ele plantou.

Sabemos que o homem foi feito para viver em obediência para com Deus, mas o pecado o desvirtuou do seu caminho certo, assim, desde Adão toda a humanidade tem se tornado pecadora, vivendo em desobediência para com Deus, praticando todo tipo de males, pecados, então, o primeiro propósito da grande tribulação é retribuir o homem por causa dos seus pecados.

O segundo propósito pelo qual virá a grande tribulação tem ligação direta com Israel, Deus tem um acerto de contas com esse povo, pois quando Jesus veio como Messias eles o rejeitaram (Jo 1.11), a grande tribulação preparará esse povo para reconhecer Jesus como o verdadeiro Messias. O profeta Jeremias descreve esse tempo para Israel como “o tempo de angústia de Jacó” (Jr 30.7).

Precisamos estudar Êxodo 23.10-11 e Levítico 25, esses capítulos nos darão uma visão sobre os propósitos de Deus para com Israel, envolvendo o tempo da grande tribulação, que foi estipulado pelos propósitos divinos na busca da purificação de Israel. Sabemos que o Cativeiro Babilônico veio por causa da desobediência desse povo, isso envolvendo o pecado de idolatria, envolvimento com outras nações, mas também Israel pecou desobedecendo a Deus, não seguindo a recomendação de dar descanso à terra, então, os setenta anos de cativeiro foram para esse propósito.

Deus revelou o tempo da tribulação ao profeta Daniel, nessa visão que Daniel recebe estão as respostas de Deus para o mesmo, e que também envolvia o povo judeu, tratando sobre o futuro desse povo. O capítulo 9.20-27 trata das “Setenta Semanas”, elas não apenas querem dizer semanas de dias, mas de anos, para entendermos melhor precisamos seguir a divisão que o próprio anjo faz dessas semanas:

1-      Um grupo de sete semanas.

2-      Um grupo de sessenta e duas semanas.

Esses dois grupos de semanas estavam ligados diretamente com Israel, envolvendo assuntos ainda dos tempos bíblicos. Essas semanas de anos, no seu todo, ficaria em 490 anos; no segundo grupo de sessenta e duas semanas aconteceriam duas coisas: a eliminação de Jesus, o Messias de Deus, e posteriormente a destruição do templo, isso aconteceu no ano 70, d. C., aproximadamente quarenta anos, depois de sua crucificação.

Mas vemos que ainda falta uma semana, que é descrita no livro de Daniel pelo anjo como sendo a terceira semana, conhecida como “Septuagésima Semana”, é nessa que se desenrolará a grande tribulação. Ela é descrita como um período de sete anos, que será dividida em metades iguais (Dn. 9.27), primeiramente, os três anos e meio serão de alegria e paz para Israel, mas no segundo momento será um tempo de sofrimento, angústia.

Que fique bem claro uma coisa: a igreja de Jesus Cristo jamais passará pela grande tribulação, posto que seu alvo é para com os rebeldes pecadores e judeus. Pelo aspecto histórico, a igreja, ao longo de sua existência, tem passado por inúmeras tribulações, como ainda hoje acontece, mas asseveramos que tais tribulações estão apenas no nível disciplinatório e corretivo (2 Co 4.17; Hb 12.6).

Pr. Osiel Gomes.

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