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domingo, 21 de agosto de 2016

Livre arbítrio

Introdução
À luz da Bíblia, entendemos que Jesus Cristo foi enviado por Deus para salvar todo aquele que Nele crer (Mc 16.15). Sendo assim, é necessário que o homem, frente à mensagem do Evangelho, possa responder positivamente a esse chamado, que depende também da vontade humana de querer fazer a vontade de Deus (At 2.38; Jo 7.17).
São abundantes os textos bíblicos que falam da salvação que é concedida a todos os homens, desde que o mesmo creia na mensagem salvadora (Rm 8.32; Tt 2.11). Somente o ser humano tem a capacidade de crer e desejar querer fazer a vontade de Deus, e desenvolver sua salvação com temor e tremor (Fp).
1 O livre-arbítrio no contexto da Bíblia
1.1 Deus e o nosso livre-arbítrio
A mensagem do Evangelho mostra ao pecador o plano perfeito da salvação, desse modo ele pode com sua vontade livre querer fazer ou não a vontade de Deus; no momento em que o pecador se arrepende, Deus lhe concede graça para desenvolver sua salvação com alegria.
Há uma dialética no relacionamento Deus e homem, pois Deus sempre vem ao encontro do homem, mas o homem coopera com o Senhor. Ciente de que é um pecador e que precisa de um salvador através da pregação do evangelho, a qual gera fé para o arrependimento (Rm 10.17), e por meio do seu livre-arbítrio, o homem pode converter-se a Cristo Jesus.
A cooperação de Deus e do homem no processo da salvação é bem explícita nas páginas seletivas da Bíblia. Para poder achegar-se a Deus o ser humano recebe Dele a vontade de crer, a vontade de ir ao seu encontro (Ef 2.8; Gl 5.22). Hoje qualquer ser humano pode achegar-se a Deus, pois Ele se achegou a nós por meio da morte de seu Filho, Jesus Cristo (Jo 12.34).
Pelo livre-arbítrio o ser humano pode fazer sua decisão de crer em Cristo ou não, pois já tem conhecimento das verdades divinas, as quais geram responsabilidades e coloca o homem na condição de ser julgado.
Muitos são conscientes que são pecadores, sabem que precisam tomar o caminho certo para Deus, que é crer no seu Filho para ser salvo, mas não querem fazer isso porque têm de renunciar a muitas coisas (Mt 16.24), o que gera angústia e aflição no seu coração. A salvação do pecador é algo instantâneo, mas os passos que são dados a ela não são automáticos, pois envolvem certas experiências.
A salvação é ofertada por Deus a todos os homens, indistintamente, ele pode aceitar o convite divino ou rejeitá-lo, pois Deus respeita o livre-arbítrio de cada um. Esse ponto pode ser comprovado através do que João escreveu, esclarecendo que a capacidade de escolher pertence ao homem (Ap 22.17).
1.2 O livre-arbítrio como essência puramente humana
O homem foi formado por Deus como um ser pensante, criativo, sendo assim é impossível que ele venha fazer algo sem motivo ou razão. O homem tem a capacidade de escolha, de mudar o modo de pensar, e é responsável pelo que faz, pois ele foi capacitado da livre-agência.
Em se tratando de crer em Cristo, sabemos que, devido à natureza pecaminosa, o homem sempre é tendente ao pecado, para ele é sofredor trilhar o caminho da salvação, da santidade, pois requer uma negação tanto do seu mundo interior como exterior, mas ele pode vencer tudo isso seguindo o exemplo de Cristo Jesus.
A escolha do homem separar-se de Deus foi algo livre (Rm 1.18), assim, vivendo afastado de Deus, sempre o mesmo pende para as coisas carnais. Todavia, isso não quer dizer que ele não tenha conhecimento do bem e do mal, e por meio do seu livre-arbítrio pode escolher um ou outro, porém, como está em pecado, sempre suas escolhas serão para aquilo que contraria a vontade divina.
1.3 O livre-arbítrio na vida dos não regenerados
Aquele que ainda não nasceu de novo pode praticar coisas boas, ademais, ele pode deixar que o bem seja a força mais preponderante no seu ser. Todo homem, seja ele crente ou não, pode fazer o bem quando realmente desejar fazê-lo.
A capacidade de fazer o bem é possível porque a alma humana foi criada segundo a imagem de Deus, essa alma não está tão corrompida que não consegue fazer as coisas certas. Podemos crer também que os atos de bondade praticados pelo ser humano sofre influência do Espírito Santo de Deus.
Por meio da influência do Espírito Santo de Deus o homem caído pode ser iluminado para dirigir-se a Cristo Jesus. Um incrédulo pode aceitar a Jesus como salvador, ainda que tal se encontre na condição de caído, fraco, morto espiritualmente, porém, no momento em que se decide seguir o caminho da fé, Deus vem ao seu encontro dando-lhe as bênçãos de Cristo.
2 A importância do livre-arbítrio na vida do homem
2.1 O livre-arbítrio no aspecto moral e ético
O livre arbítrio na vida do homem é importante pelo fato de lhe conceder a capacidade e responsabilidade de tomar suas decisões, pois é um disparato ter obrigações morais sem capacidade de fazer escolhas. Paulo diz que cada homem será julgado por meio de suas obras (Rm 6.2), sendo assim não seria ilógico julgar alguém que não foi lhe concedido condições de fazer suas escolhas?
Culturalmente, nenhuma sociedade julga alguém sem que primeiro coloque em avaliação sua escolha, considerando seu posicionamento, se poderia agir ou não de outra forma. No aspecto ético, as recompensas e os castigos são feitos levando em consideração a escolha do indivíduo, pois por meio de sua capacidade de escolha, pelo seu livre-arbítrio, ele poderia decidir de modo adequado ou não.
2.2 As exigências morais e o livre-arbítrio
Dizer que o homem não é um ser com livre-arbítrio fere seriamente as Escrituras Sagradas, pois ela exige uma moral da parte do homem, mostrando claramente como é que Deus quer que ele viva. Pelo teor bíblico está claro que o homem depois de ter sido salvo pode vir a cometer falhas (1 Co 9.26; Fp 2.12).
Uma prova clara de que o livre-arbítrio está presente no homem pode ser visto nas exigências bíblicas que são feitas para que ele possa andar segundo o querer divino. O homem tem a capacidade de obedecer ou desobedecer, de aceitar ou rejeitar os propósitos divinos por meio de sua vontade.
Exigir um procedimento moral do homem lhe prometendo recompensa ou punição, bênção ou maldição, sem que o mesmo tenha capacidade de fazer suas escolhas, seria, na verdade, uma incoerência divina.
2.3 Respondendo positivamente ao chamado divino por meio do livre-arbítrio
A Bíblia sagrada, quando apresenta o plano da salvação ao homem, exigindo arrependimento e fé, mostra que é de sua inteira capacidade fazer a escolha certa (1 Tm 2.4; At 17.30). Dizer que o homem não é um ser que pode fazer sua própria decisão coloca em descrédito tais textos bíblicos, pois nega ao mesmo a possibilidade de atender ao querer de Deus.
As leituras dos textos mencionados acima, caso não fossem possíveis de serem praticados pelos homens, colocaria a Bíblia em pleno descrédito, não somente isso, desenvolveria uma severa crítica e zombaria para com Deus, que diz algo em sua Palavra que jamais pode ser vivido pelo ser humano.
Podemos asseverar que o homem pode, sim, responder ao chamado universal da salvação porque de fato Deus sabe que ele tem capacidade para isso, razão pela qual enviou seu Filho para morrer por todos os pecadores (Jo 3.16). Caso o homem queria ele pode ser salvo crendo em Jesus.
Precisamos ainda destacar aqui a importância da pregação para a salvação do homem, é bem verdade que os mensageiros do evangelho não pregam procurando encontrar um eleito, antes, o mesmo é consciente de que o evangelho é destinado a todos, que a pregação oportuniza aos sedentos a gloriosa salvação, por isso Paulo disse que devemos pregar a tempo e fora de tempo (2 Tm 4.2).
3 O livre-arbítrio e a graça de Deus
3.1 Capacitado a buscar a Deus
O apóstolo Paulo disse que por causa do pecado o homem separou-se de Deus (Rm 3.23). Nesse caso, a possibilidade de voltar-se para Deus entorpeceu-se grandemente, porém, conforme está escrito na Bíblia, o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, o que quer dizer que existe nele algo que lhe bafeja buscar a Deus (Dt 4.29; Is 55.6).
Outro meio usado por Deus para que o homem possa lhe buscar está na “graça salvadora”, que é sacrifício de Jesus na cruz do calvário. Na cruz, por meio de Cristo, Deus se revela aos homens, fazendo o necessário a fim de que o pecador possa arrepender-se e crer de coração para vida eterna (Jo 12.34).
Por causa do pecado o homem ficou morto espiritualmente, de modo que ele não podia por si mesmo buscar ou mostrar qualquer interesse por Deus (Rm 3.10), mas essa impotência é vencida através da imagem de Deus no homem e por meio da mensagem da cruz, a qual desperta no seu coração o desejo de buscar a Deus.
O apóstolo Paulo diz que há um gemido na alma do homem pela busca de sua libertação espiritual (Rm 8.21), e seja qual for o pecado, ainda que viva na mais deplorável situação espiritual, ele é capacitado a buscar ao Senhor por meio da mensagem da cruz de Cristo e pelo trabalhar do Espírito Santo de Deus (Jo 16.7).
O homem pecador é consciente que não deve viver na prática do pecado, na sua mente, no seu coração, há um grande desejo de que sua vida seja transformada, ele ofega por uma comunhão com o divino (Sl 42.2). Todos quantos têm sede de Deus podem vir a Cristo que Ele mata essa sede (Jo 7.38).
3.2 O livre-arbítrio na vida do regenerado
No posicionamento filosófico o livre-arbítrio diz que o homem pode agir totalmente sem causa, por mero capricho, o que não é verdade, pois os homens agem mediante causas biológicas, culturais, espirituais. Cedendo a essas forças o homem pode fazer o que não quer, porém isso não quer dizer que ele  esteja agindo sem causa.
Quando o homem aceita a Jesus Cristo como seu salvador sua vida é mudada completamente e, sendo transformado, uma nova vontade é implantada dentro do seu coração, de modo que ele se sente capacitado a ser um bom servo de Jesus Cristo, pois o Espírito Santo que habita em sua vida lhe concede graça para que seja semelhante a Cristo (Rm 8.29).
3.3 Uma vontade superior
Transformado pelo poder do Evangelho de Cristo, o homem recebe uma nova vontade, a qual lhe capacita a querer fazer a vontade de Deus, pois agora a vontade divina com a humana está amalgamada, de modo que o homem está liberto para seguir aquilo que é perfeito (Mt 5.48). Por meio dessa nova vontade o cristão procura viver em santificação, pois seu alvo é firmar bem sua salvação (2 Ts 2.13).
No encontro de Deus com o homem, que se dá através da cruz de Cristo, a verdadeira liberdade acontece (Jo 8.32), de modo que o homem, por meio do seu livre-arbítrio, pode viver a bênção da plenificação da salvação em sua vida, pois não vive mais debaixo da lei do pecado, mas sim na lei do Espírito Santo de Deus (Rm 8.1,2).
Conclusão
Queridos, a predestinação e o livre-arbítrio, segundo a Palavra de Deus e quando bem entendidos, geram gozo no coração do cristão, pois elas tratam das verdades divinas que visam a redimir o homem caído, levando-o a querer fazer a vontade de Deus. Através da vontade humana Deus trabalha no propósito de realizar seus decretos.
Pr. Osiel Gomes

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

PREDESTINACÃO, ELEIÇÃO E VOCAÇÃO À LUZ DA BÍLBIA.


Não podemos negar que esse assunto é por demais controvertido, primeiramente porque foge da nossa capacidade de compreensão, isto pelo fato de abordar assuntos que na verdade é da capacidade divina (Dt 29.29).

Como de praxe, sabemos teologicamente que não podemos, na nossa ínfima compreensão, tentar descobrir ou conhecer a mente de Deus, o que Ele faria ou deixaria de fazer.

Procurar respostas para saber a razão de Deus ter deixado o homem pecar seria o mesmo que tentar colocar o Mar Mediterrâneo em um copo d’água, isso por parte do homem, é claro!

Quando nos detemos à temática da eleição relacionada à aplicação da redenção de Cristo, isso diz respeito aos decretos de Deus, subsequentemente relacionado ao decreto da redenção.

Precisamos entender as seguintes palavras: sublapsarianismo, infralapsarianismo, hipercalvinismo. O primeiro diz que os decretos de Deus seguem as seguintes ordens:

 

1-      Decreto de Criar.

2-      Decreto de permitir a queda.

3-      Decreto de prover salvação suficiente para todos.

4-      Decreto de conseguir a salvação apenas para alguns, ou o decreto da eleição.

 

O infralapsarianismo está de acordo com os dois primeiros pontos citados acima, mas faz o decreto de prover a salvação para os eleitos. Quanto ao hipercalvinismo: afirma o que é conhecido como sublapsarianismo, a isto a ordem dos decretos são as seguintes:

 

1-      O decreto de salvar alguns e rejeitar outros.

2-      O decreto de criar tanto os que vão ser salvos quanto os que vão ser rejeitados.

3-      O decreto de permitir a queda dos dois grupos.

4-      O decreto de permitir a salvação apenas para os eleitos.

 

Definição de Eleição.

 

Podemos entender que eleição é o ato soberano de Deus, que através da graça  escolheu em Cristo para a salvação todos aqueles que previamente Ele sabia que O aceitariam. Esse tipo de eleição pode ser definida no seu aspecto redentor.

 

Devemos entender que existe outro tipo de eleição, esta é denominada de “eleição para privilégios exteriores” (Lc 6. 13; At 13.17; Rm 9. 4; 11 28). Isso é importante para que não façamos confusão quanto à “eleição redentiva” e a eleição de privilégios exteriores. Vamos agora abordar a eleição e predestinação nos seguintes termos:

 

Eleição e Presciência.

 

A eleição é um ato soberano de Deus, isso porque Ele não sofreu nenhuma pressão para nos salvar, pelo contrário, sua decisão em nos salvar é um ato através da sua graça, por isso sabemos que Deus não podia nos escolher em si mesmo, isso por causa dos nossos pecados, então, através dos méritos de Cristo somos escolhidos Nele.

As Escrituras Sagradas falam da eleição baseada na presciência divina (Rm 8.29,30; 1 Pe 1.1-2); ou seja, em sua presciência divina Deus tem consciência do que cada ser humano vai fazer com a capacidade restaurada, e elege os homens para a salvação em relação com o seu conhecimento de escolha que fazem a respeito de Deus.

É bom lembrar que Deus restaurou no homem a capacidade suficiente para fazer a escolha, nesse caso o homem tem a capacidade de fazer a escolha da submissão a Ele. É claro que não existe nas Escrituras sagradas elementos que caracterizam a presciência de Deus determinando a sua escolha, mas através do conteúdo bíblico vemos que o homem é responsável pela aceitação ou rejeição da salvação, isso porque Deus já se revelou ao próprio homem, sendo assim, essa revelação serve de fundamento para a própria eleição do homem.

 

Predestinação.

 

A palavra predestinar aparece na Versão Autorizada somente em Rm 8.29-30. A palavra predestinado aparece em Ef 1.5-11. A Versão Americana traduz como predeterminado. A Versão Autorizada apresenta o termo predeterminado em 1 Pe 1.20. A Versão Padrão Americana muda essa palavra para “predeterminado”.

Scofield define a palavra predestinação da seguinte maneira: “O exercício eficaz da vontade de Deus pelo qual a coisas de antemão determinadas por Ele são levadas a acontecer”.

 Podemos afirmar que predestinação, quando relacionada à redenção, significa que na eleição Deus decidiu salvar aqueles que aceitarem Seu Filho e a salvação oferecida, na predestinação Ele determinou cumprir cabalmente esse propósito.

 

Pontos Controversos.

 

Quanto a Eleição e Presciência Divina.

 

Como já falamos anteriormente, a eleição e presciência divina estão de acordo com a Bíblia Sagrada, surgem alguns pontos controversos no que tange à questão da “eleição condicional”, pois nessa colocação eles dizem que Deus é a causa eficaz do pecado.

Temos que entender que quanto à questão da eleição e da presciência divina citadas em Rm 8.28-30 e 1 Pe 1.1-2 alguns tentam interpretar a presciência de  Deus de modo arbitrário, sendo assim, não há diferença entre os decretos eficazes e permissivos de Deus.

O que podemos compreender diante de tudo isso é que Deus sabia que o pecado entraria no mundo sem que isso fosse decretado eficazmente por Ele. Como também Deus sabia como o homem reagiria sem eficazmente decretar como devia fazê-lo, mas assim Ele permitiu, no entanto, o seu plano seria levado a efeito pelo fato Dele prever o que iria acontecer e ter deixado acontecer.

 

Salvação Para todos.

 

Quando abordamos esse assunto da salvação para todos, duas coisas devem ser levadas a efeitos: primeiramente, a questão da salvação para todos na verdade essa é uma temática bíblica da qual não podemos fugir (Jo 3.16; Mt 11.28.29; 1 Tm 2. 6; 2; Pe 2. 1; 3.9;  Hb 2.9; 1 Jo 2.2; Ez 18. 32). Em segundo lugar, devemos atentar para o convite da salvação, conclui-se que o convite da salvação estende-se a todos os homens mediante a obra eficaz da regeneração de Deus através de Cristo Jesus.

 

Quanto a Justiça Divina.

 

Biblicamente sabemos que Deus é justo, a justiça é o fundamento do seu trono (Sl 97.2), diante disto surge a seguinte pergunta: como pode um Deus que é tão justo e bom escolher dentre a humanidade pessoas que são pecadoras, condenadas no pecado, providenciar salvação para alguns desses e não fazer nada pelos outros?

 

Nesse caso Deus não estaria sendo parcial? Afirmamos que a graça de Deus é Universal, ela está disponível a todos os homens, e através de Cristo o homem tem a sua capacidade restaurada, quando Nele crer como o Filho de Deus para querer fazer a Sua vontade. Textos problemáticos: Mt 11.21-23; Ez 3.17-19.

 

            Quanto a Missão de se pregar o Evangelho a Toda a Criatura. Mc. 16. 15.

Se arbitrariamente Deus já escolheu os que vão para o Céu e os que vão para o Inferno, então é inútil o esforço missionário, evangelístico; é inútil suportar as aflições, desafios, ameaças, perseguições e até morte por causa de Cristo. Através da Palavra de Deus vemos que Jesus enviou os seus discípulos a pregarem o Evangelho para a salvação dos homens.

 

Refutação quanto ao Ponto de vista da Eleição.

 

            Vamos analisar alguns pontos que de certa forma representam uma dificuldade, pois é certo que existem algumas questões que não podem ser solucionadas. Vejamos:

 

1-      Algumas pessoas que foram dadas a Cristo. Jo 6. 36; 17.2,6, 9.

 

Pelo uso desses textos se argumentam que Deus escolheu de modo arbitrário alguns, enquanto outros foram designados para que perecessem.

 

Ø   Refutação. Quanto a essa questão não podemos dizer que Deus deu certas pessoas a Cristo e outras não, na verdade isso vai de encontro ao caráter de Deus; o que fez com que Deus escolhesse essas pessoas previamente foi tão somente pelo fato Dele saber os que elas iriam fazer do que simplesmente exercer autoridade soberana.

 

2-      Ninguém vem a Cristo se o Pai não o trouxer.

 

Parece um paradoxo, pois ao mesmo tempo que a Bíblia diz que ninguém pode vir a Cristo se o Pai não o chamar, ao mesmo tempo as Escrituras dizem que Cristo atrairia muitos a Ele (Jo 6. 44; Jo 12. 32). Faz-se necessário analisarmos meticulosamente a palavra grega helkuo, que significa puxar uma rede (Jo 21.6-11), uma espada (Jo 18.10), como também essa palavra pode ser aplicada a uma pessoa que é puxada a força, contra o seu próprio querer (At 21.30; 16.19; Tg 2.6).

 

3-      Quanto à citação de Fp 2.13.

 

Os que defendem a eleição dizem que o homem não pode fazer nada até o momento em que Deus tome a iniciativa de fazer alguma coisa nesse nele. Na verdade eles se esquecem de que tal texto não está se referindo às pessoas não salvas, e sim a pessoas salvas.

O que Paulo estava dizendo é que os Filipenses deveriam desenvolver a sua salvação com temor e tremor, dessa forma o apóstolo os encoraja a fazer isso pela certeza de que Deus efetuará tudo isso em suas vidas, isso é possível quando se está disposto a buscar o que Deus oferece através de Cristo. (Jo 5.40).

 

4-      Concernente a Jacó e a Esaú. (Rm 9.13).

 

Os que defendem a maneira arbitrária da eleição sustentam o argumento de Jacó e Esaú, dizendo que eles não fizeram nem bem e nem mal, sendo assim, Deus escolheu a Jacó ao invés de Esaú.

É bem verdade que eles ainda não tinham feito nem bem e nem mal, contudo, quiçá, sabemos que Deus, na sua onisciência, sabia muito bem tanto o que Jacó iria fazer como também Esaú, pode se perceber isso pelas escolhas de Jacó, que mesmo na sua fraqueza tendia para as coisas de Deus, quanto a Esaú, ele profanou as coisas de divinas (Hb 12.16).

Outra coisa que deve se dito dessa escolha é que Jacó não foi escolhido para salvação e sim para privilégios exteriores, nacionais. Deus, sabendo que Jacó e sua descendência penderiam mais para as coisas espirituais mais do que a família de Esaú, escolheu Jacó para firmar uma aliança que ele e seus descendentes viriam a gozar posteriormente.

 

5-      Concernente a Faraó.

 

 Em se tratando desse caso de Faraó, podemos entender que Deus o tomou como modelo por saber que o tal não se renderia à sua vontade, ele poderia estar no Egito ou em qualquer outro lugar, ainda assim seria contrário ao querer de Deus. Pela própria leitura do livro de Êxodo se percebe que o coração de Faraó era endurecido antes que Deus fizesse isso (Êx 4.21; 7.3; 14.4). Somente depois da constante rebeldia de Faraó foi que Deus de fato endureceu seu coração (Êx 9.12).

 

Diante de tudo o que Deus fazia Faraó mostrava-se insensível, indiferente, incrédulo, desse modo ele foi fechando seu coração mais e mais para Deus e suas obras, de modo que se tornou obstinado, sendo assim, por definitivo Deus apenas completou o que de fato já vinha acontecendo: o coração de Faraó foi endurecido definitivamente. A análise desses textos é de fundamental importância: Êx 7.13,22; 9.34, 35; Hb 8.,11,15.

 

6-      Concernente a At. 13.48.

 

Nesse texto aparece a seguinte expressão: “Creram todos os que haviam sido determinados para vida eterna”. Através desse texto podemos entender que Paulo não está tratando de “decreto absoluto”, ele diz que os judeus, através de suas próprias escolhas rejeitaram a mensagem da salvação, ou seja, através dessa escolha feita por eles a escolha individual resolveu a questão.

 

7-      Referente à Ef 1. 5.8; 2.10.

 

Esse texto mostra a salvação sendo uma procedência totalmente divina através da sua graça, é dessa forma que Deus escolhe as pessoas, mediante a sua graça. Deus toma a iniciativa através da sua graça manifestada para com o pecador, sem esse pressuposto nenhum homem seria salvo, deve se levar em consideração que só a graça, conforme manifestada na Bíblia, não salva o homem, a graça manifestada no pecador capacita-o a escolher a quem vai servir.

 

8-      Arrependimento e fé no processo da salvação do homem.

 

Tanto o arrependimento quanto a fé trabalham no processo da salvação, os dois são vistos nas Escrituras Sagradas como dádivas de Deus ao homem, soariam um pouco estranha a idéia de Deus chamar os homens em todos os lugares ao arrependimento quando apenas algumas pessoas recebem a dádiva do arrependimento e da fé (At 17. 30; 5.31; 11.18.  2 Pe 3. 9. 2 Tm 2. 25;  Mc 1. 14. 15).

 

9-      Quanto ao Plano de Deus.

 

Os que defendem a predestinação incondicional e absoluta asseguram que se assim não for todos os planos de Deus são incertos e sujeitos a abortar. Corroboramos que isso poderia acontecer se Deus não previsse que o homem iria cair e não planejasse algo para o homem pecador, como Deus previu que tudo isso ia acontecer, deu prosseguimento ao plano das épocas, portanto, confirmamos que seu plano é perfeito (Gl 4.4).


 

A Vocação.

 

            A vocação fala do chamado de Deus, esse é um ato maravilho que se destaca pela manifestação da graça de Deus onde todos os homens são chamados para aceitarem pela fé a salvação através do sacrifício de Cristo Jesus.

 

            O Grande Teólogo Strong faz distinção entre o chamado geral ou externo, e o chamado especial. O chamado geral é destinado a todas as pessoas; quanto ao chamado especial ou eficaz, diz respeito aos eleitos. O chamado Geral engloba:

 

1- Todas as Pessoas. Mt. 11. 28. Jo. 3. 15.16; 4.14; 11. 26. Ap. 22. 17. Is. 45. 22.  Ez. 33. 11.  Mt. 28. 19. Mc. 16. 14. Jo. 12. 32.  1 Tm. 2. 4. 2 Pe. 3. 9. Esses versículos põem por terra a posição de Strong do chamado geral e dos eleitos, ou dos especiais. O único obstáculo à salvação do homem é a sua vontade.

 

A Razão do Chamado. Ef. 1. 18-19.
 

            Todos os crentes deveriam ter em mente a razão pela qual Deus nos chamou e porque nos chamou. Na verdade, não fomos chamados primeiramente para sermos Igreja, para reformas de vida, para as boas obras, para o batismo, essas coisas que praticamos são na verdade os resultados daquilo para o qual fomos chamados.

Podemos inferir desses textos citados abaixo que Deus não chama ninguém para fazer algo que não possa fazer ou para o que Ele não esteja ansioso para ajudá-lo fazer.  Mt 3. 2.4; Mc 1. 14.15;  At 2. 38; At 16.31; 19.4 Rm 10. 9; 1 Jo 3.23. Esses versículos mostram que fomos chamados para o arrependimento como também para a fé.


 
Os Meios Pelos Quais Deus nos Chama.

 

            São diversos os meios pelos quais Deus usa para chamar o homem ao plano da salvação, vejamos:
 

a-      Pela Sua Palavra. Rm 10. 16-17; 2 Ts 2. 14.

b-      Ele chama os homens através do seu Espírito. Jo 16.8; Gn 6. 3; Hb 3. 7-8.

c-      Ele chama os homens através dos seus servos. 2 Cr 36. 15; Jr 25. 4. Mt 22. 4-9.

 
 
 
                                                                           Pastor Osiel Gomes