quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Não Somos Macacos.


Recentemente vimos por meio da mídia atitudes de jogadores e atores colocando-se em defesa daqueles que foram chamados de macacos, fazendo um repúdio contra o racismo. Essa manifestação foi um ato muito expressivo e bonito, que um ser realmente racional sabe fazer: valorizar as pessoas, não importando a cor, pele, cidade, o poder aquisitivo.
Muitos estudiosos penderam para o pensamento do biólogo e geólogo Darwin (1809-1882), quando afirmou que todos os seres humanos tinham primatas em sua árvore genealógica. Após o lançamento do seu livro A origem da Espécie (1859), o homem nunca mais foi tratado como um ser especial, mas um simples animal como qualquer outro.
Essa afirmação de Darwin chocou o mundo, especialmente os cristãos, que chamaram o biólogo de um ser transloucado, desvairado, pois os cristãos seguiam o relato bíblico, afirmando que tudo tinha sido criado por Deus, cada animal segundo sua espécie, e que o homem era o zênite da criação divina. 
As palavras de Darwin foram bombásticas, ela mudou de vez o pensamento sobre o mundo, inclusive o homem, pois a dita teoria da evolução, para alguns, dava uma explicação racional de como os seres humanos e as plantas surgiram, como elas são, e como continuam mudando.
Muitos se apegaram a teoria de Darwin por querer negar o lado religioso, a crença em Deus, como no caso de Richard Dawkins, que disse: “não consigo imaginar como era ser um ateu antes de 1859”. Para muitos a teoria de Darwin levar o homem a não acreditar na existência de Deus.
Darwin era um naturalista, estudou medicina e teologia, nunca foi um aluno brilhante, nem seus pais tinham fé nele, não havia qualquer vislumbre de que ele poderia ser o maior biólogo da história. Mas toda a reviravolta em sua vida se deu quando entrou a bordo do HMS Beagle fazendo sua viagem pela América do Sul África e Austrália. Essa expedição contribuiu para que o biólogo colhesse diversos materiais para sua pesquisa.
Fazendo análises dos objetos colhidos durante sua viagem, especialmente sobre as tartarugas, pássaros, animais pequenos, Darwin chegou à conclusão de que havia nas espécies um tipo de evolução de modo natural que estava em constantes mudanças, elas não eram inertes. 
As análises de Darwin o levaram a seguinte conclusão: as plantas e os animais bem adaptados tinham maior chance de sobreviver e ainda passar para os seus descendentes algumas de suas características. Vamos dar um exemplo sobre a questão da adaptação do ambiente e a melhor chance de viver. Darwin dizia que um pássaro que tivesse um bico grande e que comesse semente teria mais chance de sobreviver, mas caso esse pássaro fosse para um lugar onde só houvesse nozes, ele não se adaptaria muito bem.
Se um pássaro tivesse dificuldades para achar comida, então ficaria difícil sua sobrevivência, seu acasalamento, desse modo o seu bico não poderia ser passado adiante. Mas aquele que vivesse em um ambiente de muitas sementes poderia passar adiante suas características aos seus descendentes. Em uma ilha com muitas sementes, os pássaros de bicos grandes passariam a dominar tudo, eles iriam se evoluir cada vez mais, deixando de ser aquele pássaro original quando chegou à ilha. 
Não entrarei aqui no mérito da questão propriamente da teoria da evolução, que tem suas falhas, pois se trata de uma teoria, sabemos que um dos critérios para se formalizar uma lei, seja ela do campo da biologia, física, química, tem que ser testada em laboratório. A lei da gravitação universal pode ser repetida em laboratório, como também as leis da genética, mas a teoria da evolução é apenas uma teoria.
Nosso propósito aqui é dizer que a teoria da evolução contribuiu para tratar o homem como qualquer objeto, e não um ser distinto dos animais. O historiador Will Duran, diz que Nietsche transformou a teoria de Darwin em pura filosofia. Nietzsche dizia que a vida era uma luta pela existência, na qual os mais capazes sobrevivem, sendo assim, a luta é a maior virtude, e a fraqueza um grande defeito.
A teoria darwinista também atingiu o grande Hitler, pois quando seguiu a filosofia de Nietzsche, que transformou a biologia de Darwin em filosofia perversa, ele aplicou sua política cruel. Nós sabemos que Nietzsche foi quem lançou a ideia do super-homem, desse modo, quando Hitler procura varrer da face da terra todos os judeus, ele estava abrindo caminho à raça superior. 
Hoje presenciamos um mundo marcado pelo pensamento da biologia de Darwin transformada em filosofia negativa, onde o ser humano despreza o outro, tenta mostrar-se superior, busca uma única raça. 
Enquanto o relato bíblico apresenta de modo airoso a criação do homem, que teve um toque especial de Deus, distinguindo-os dos animais, os muitos buscaram sua gênese em teorias sem fundamento, irracional, sem qualquer consciência de Deus por trás dela, sem uma causa maior.
Esquecendo-se que todo homem é imagem e semelhança de Deus, tratando-o como coisa qualquer, e que a superação vem por meio do domínio e de uma raça pura é que atos brutais como o de Hitler, que matou mais de seis milhões de judeus, e aproximadamente trinta mil doentes mentais, vem se repetindo no cenário humano.
Posso dizer que não somos macacos, pois fomos formados à imagem e semelhança de Deus. Gordon Childe dizia que os animais tinham muitas vantagens sobre os seres humanos, isso incluía sua capacidade de sobrevivência, seu coro cabeludo, sua adaptação, mas os animais não tem um cérebro como o do homem e um complexo sistema nervoso que permite desenvolver sua própria cultura, dizer que somos macacos é pura tolice e irracionalidade.
Aqueles que se dizem racistas, tomando de empréstimo a teoria evolucionista, afrontando os de cor negra, se esquecem de que Darwin não fez classificação de quem seria ou não macaco, mas que todos seriam descendentes de primatas, inclusive os brancos. 
O filósofo Davi diz que o homem é um ser especial, que Deus o fez menor do que os anjos; em se tratando de raça, não de raças, o doutor Paulo, em seus escritos filosóficos, afirmou que todos vieram de um mesmo tronco. 
Osiel Gomes.

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