quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O Porquê da maldade humana.



 Quem folheia as páginas desse jornal pode ficar estarrecido diante das tamanhas atrocidades praticado por um homem contra outro homem. Estudiosos, especialistas, psicanalistas, psicólogos, sociólogos, filósofos, todos têm procurado uma resposta para essa ação tão brutal.
 Diante desse contexto perguntamos: Protágoras estava certo, quando afirmou que o homem é a medida de todas as coisas? Ou poderíamos concordar com Jean-Jacques Rousseau, que dizia: “O Homem nasce bom, mas a civilização o corrompe”. Quem está com a voz da razão? 
 As anomalias e distúrbios presentes no mundo moderno podem ser entendidos por alguns “especialistas” como sendo culpa do determinismo genético, biológico; do determinismo circunstancial, da explosão demográfica, da desigualdade social, de modo que a causa de todos os males presentes no mundo são transferidas para a falta de educação, de segurança, de boas políticas públicas, etc., mas nunca se fala da própria ação maléfica do homem, do seu coração perverso.
 Rousseau dizia que a intenção de Deus era conceder o melhor para o homem, por isso Ele fez um belo jardim (Éden) e lhe entregou, mas por causa da intelectualização humana o paraíso foi esquecido, e a desumanização se proliferou no mundo, de modo que o homem esqueceu o lado natural da vida, então acontece o primeiro homicídio na terra.
 Para Rousseau as cidades modernas estão povoadas por Cains, homens maléficos, ao passo que os Abéis não existem mais, pois o lúcifer do intelecto corrompeu toda a humanidade. Ele dizia que o homem precisa fugir da civilização e buscar refúgio novamente na natureza. Para esse filósofo, o homem não deveria voltar a viver em
cavernas, na verdade, voltar à natureza, segundo ele, era necessário apenas que esse tal retorna-se à sua pureza humana.
 Tanto Protágoras como Rousseau tem certa dose de verdade, mas ambos se esqueceram que não é somente o meio que corrompe o homem, mas sim seu próprio coração. À luz da filosofia de Jesus, não é o meio que corrompe o homem, mas sim sua própria natureza carnal decaída, Ele disse que é do coração, palavra que no grego quer dizer cardia, que é o centro da vida, que procedem os homicídios. 
 A maldade humana pode resultar de alguns problemas antropológicos, sociólogos, mas esses não são apenas os fatores que a determina, pois os noticiários do mundo todo estão mostrando violências, crimes praticados por pessoas de diversas classes sociais, de elevada cultura, o que não envolve cor nem status.
 O verbo hebraico rei´eit, que quer dizer maldade declara que a violência tem sua gênese no próprio coração do homem, sua habitualidade na prática de atos cruéis e desumanos, resultam da exclusão da bondade etérea no seu coração, dos valores éticos. 
Obviamente, a maldade está presente já em muitas crianças que estão no ensino fundamental, não são poucas as informações de Escolas com grande índice de adolescentes praticando males, desafiando professores, amedrontando os pais, sem temer a nada e a ninguém. Onde está à pureza de espírito, a doçura da criança, o que as levam a agir dessa forma?
Não bastasse a isso, estamos assistindo passivamente, nas arenas dos bairros, das praças, nas ruas, pessoas serem mortas, assaltadas, roubadas, sem qualquer brio, sem a valorização da vida. Como falei anteriormente, Rousseau tem certa dose de verdades em suas palavras, quando diz que o meio pode corromper o homem, pois, segundo alguns psicólogos, a personalidade humana pode ser afetada de três modos: hereditariedade, ambiente, verdade.
Os filhos herdam dos pais suas características físicas: cor dos cabelos, dos olhos. Em se tratando do ambiente, ele pode referir-se ao lar, vizinhos, bairro onde mora. Esse ambiente pode ser um lugar para crescimento como também para limitações. Por fim, existe a vontade, ela fala da oportunidade que os filhos têm para fazer suas escolhas, ele pode aproveitar sua liberdade para buscar crescimento, progresso, ou então a morte.
Mas, voltando à filosofia de Rousseau, que dizia que o meio corrompe o homem, se analisarmos o Éden onde vivia Abel e Caim, não havia qualquer coisa do meio que pudesse corromper, ou seja, que levasse Caim a ser o primeiro homicida do mundo, a não ser a própria inveja que estava no seu coração. 
Portanto, agora podemos responder a pergunta: Qual a causa de tanta violência? Asseveramos que não é somente pelo fator da explosão demográfica, do avanço da modernidade, da desigualdade social, da falta de cultura, ou de boas políticas públicas, porém, a causa de tantos males resulta da queda do homem, do seu desprezo aos princípios éticos e morais, da maldade presente no seu coração, que o leva a ser maléfico, desumano, um monstro.
Quantos não estão vestidos de lindos ternos, com bons discursos, que impressionam quando falam, mas que não medem esforços para destruir a vida do próximo, sem valorizar o bem maior dado por Deus: a beleza da vida. A maldade humana não leva em consideração o bem do outro, por isso a corrupção está generalizada, presente em cenários que não deveria jamais se quer se mencionada. 
A maldade humana nasce de dentro do coração do homem, do querer ser, do desejo de possuir, de sobrepujar sobre os demais, de não querer estar em baixo, mas superior a todos. Hoje viemos em uma sociedade narcisista, onde o discurso se pauta na beleza, no status, no ter e no ser, o que faz com que alguns jovens, políticos, líderes religioso, busquem os meios mais fáceis para alcançar o que querem.
Finalizo fazendo uso das palavras do filósofo Tiago, ele dizia que as guerras e as pelejas vêm do próprio homem, as quais são impelidas pelo desejo humano. Jesus falou que aqueles que têm os olhos bons, todo o seu corpo será bom. A natureza pura, a qual desejava Rousseau, só pode acontecer através de uma verdadeira mudança do coração do homem, a qual não está em si, mas tem que vir de fora, ou de cima, quer dizer, de um ser superior.
Osiel Gomes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário